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Foto by William Hoshiguti |
Pois e agora Zé?
Para uns a festa acabou.
O dia terminou,
Mas você continua aí...
Olhar inquieto.
Sem nada pra contar.
Pensando no rumo da vida...
Sofrida,
Que o tempo fez.
Eu sei, Zé,
São as lembranças...
Uma tal de saudade que chega de mansinho.
Quietinha, quietinha
e fica!
Fazendo companhia pra esse coração que anda meio só.
E como dizia o Chico,
ele gostava daqui,
Lembra?
Como dizia... "Saudade é a linha que costura o coração".
Chico poeta,
homem da rua,
homem de palavra.
Sabe, Zé, gosto de lugares que contam histórias.
Pode lembrar?
de todas as prosas,
brindes, sorrisos e amores daqui?
Que deixamos aqui,
para viver o destino
E lembrar...
No futuro que chegou.
Eu sei que hoje a mesa parece vazia,
a solidão cortando feito vento de inverno
e a vida cheia de interrogações,
mas as páginas dos diários estão cheias, Zé.
Elas cantam, sorriem e desatam nós.
Páginas de paixões mal resolvidas,
de segredos explícitos
E de uma lista telefônica indo até Z.
Porém, o tempo desvia caminhos,
desfaz meios sonhos,
faz da descrença a fé
e leva o homem à lua.
Então hoje, Zé, ainda é tempo de pedir uma ao amigo garçom.
Pra brindar o viver,
o abrir dos olhos,
as idas e vindas.
E todas as lembranças que guardamos de outros verões.
Hoje brindemos o tempo,
que foi e virá
A esperança, o respirar.
Brindemos calados,
sozinhos,
à beira do velho calendário.
Que ainda marca os dias como estrelas bordadas no céu.
Beijos da Berga ;)