quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Destino, destino meu.


Leia ao som Bo Bruce - "Black Ice"  



Sempre caminhei de mãos dadas com meu destino.
Éramos eu e ele. Ele e eu.
Bastava pra mim.
Andei por lugares escuros, frios, mas aprendi que andar na chuva poderia ser uma deliciosa terapia. Poderia ser a vida em poesia e eu fui.
Aprendi com o destino que as ruas mais desertas são as mais propícias para uma canção, ou declarações e amores, desde os mais silenciosos aos mais Cazuzas.
Mas como dizem, o destino costuma pregar peças a nós mortais, e um dia eu não pude escapar do que estava preparado pra mim.
Eu, tão sozinha, tão minha, confortável e segura me deparava com você.
Que espetáculo de você.
Tão complexo, tão em minhas mãos, tão metade do que faltava em mim mesma e que eu mal poderia imaginar.
Não sei se éramos dois, não sei porque minhas mãos se entrelaçavam tão bem às suas, não sei como o meu corpo se acostumou tão bem ao teu. Só sabia que eu estava ali, ouvindo nas vozes do seu coração, o que berrava dentro do meu peito.
Éramos razão e entrega.
Eu e você.
Éramos o segredo dos teus olhos no brilho dos meus.
Éramos madrugadas, no plural. Éramos plural. O desejo. A carne. A alma calma. E eu, que achava a vida tão completa, fechada para o nós, deparava-me com você. Você que me fez sonhar, esquecer, esperar. Que como dizia o poeta: "(...) que me fez feliz, que me fez amar...". Você que, pela primeira vez, me trouxe o medo. Medo de mim, do desejo que acaba, do fim que domina e da lágrima que rola depois do "até nunca mais" sussurado na batida de porta pela última vez.


Post dedicado ao meu colega Daniel Bovolento que, para quem não conhece, tem um site maravilhoso chamado "Entre todas as coisas". Confere lá. ;)

É isso moçada. Espero que tenham gostado. =)
Bjo grande da Berga.
Até qualquer hora.