terça-feira, 2 de novembro de 2010

Agenor de Oliveira

Sexta, 29/10, eu estava em casa assistindo o debate entre os candidatos à presidência, quando uma chamada do Jornal da Globo me chamou bastante a atenção. Ia passar uma reportagem sobre o grande e incomparável Cartola na coluna do jornalista Nelson Motta. Fiquei esperado o jornal inteiro só pra ver a reportagem, mas valeu a pena, a matéria foi muito bem feita, gostei bastante, provavelmente daqui alguns dias alguém coloque no Youtube, então, se você perdeu, não deixe de procurar por lá. Depois de assistir a reportagem eu quis escrever um post pra dividir com vocês o meu carinho e admiração pelo senhor Agenor de Oliveira, vulgo Cartola. Vindo de uma família muito humilde do rio de Janeiro, semi analfabeto, mas com uma capacidade impressionante para a música, Cartola tem o meu respeito por sua simplicidade e inteligência genuínas. Acho legal no vídeo da música “O mundo é um moinho” quando ele fala: “(...) Eu não sabia se aprendia a ler ou se aprendia a tocar violão” uma realidade que parece ser tão sem lógica na música, mas que ele soube contornar com um toque de mestre.
Já faz alguns anos que escuto as músicas dele, tenho CDs e tudo mais, porém, no começo quando comecei a escutá-lo, por intermédio de amigos e conhecidos, eu achei um pouco chato, confesso a vocês, eu tinha a cabeça um pouco mais fechada pensava mais ou menos assim: “ah é música ruim, de velho” talvez muitos de vocês também criem esse bloqueio por não ser uma música que toque nas rádios ou afins, ledo engano meu e acredito que também de vocês. Pois quando comecei a pesquisar sobre, percebi quão rica é a obra e vida de Cartola. Sua participação na criação da Estação Primeira de Mangueira, seu samba alegre e inteligente, sua vida... A cada letra que eu lia eu me sentia mais ignorante por ter, um dia, menosprezado a capacidade desse gênio. Sim, porque as letras de suas canções são de uma simplicidade e ao mesmo tempo uma complexidade tão próprias, que somente alguém que estivesse escrevendo com a alma e o coração seria capaz de fazê-las. Pra mim é um exemplo a ser seguido. Se fosse preciso definir Cartola em única palavra eu diria: completo. Como compositor, músico, interprete... gente. Gosto de várias músicas dele, mas vou deixar aqui uma que eu acho que exemplifica bem tudo o que eu falei sobre Cartola:
Alvorada.
Alvorada
Lá no morro que beleza
Ninguém chora não há tristeza
Ninguém sente dissabor
O sol colorindo é tão lindo
É tão lindo
E a natureza sorrindo
Tingindo, tingindo.

Você também me lembra a alvorada
Quando chega iluminando
Meus caminhos tão sem vida
E o que me resta é bem pouco
Quase nada
Do que ir assim vagando
Numa estrada perdida.

E é isso meus caríssimos, espero que vocês também abram suas cabeças para algo diferente, inteligente e bom (pelo menos ao meu ver né? Rsrs). Espero que vocês se interessem um pouco pela obra desse gênio da música brasileira: Cartola.
Quer saber mais? Conheça o Centro Cultural Cartola - Valeu Nilcemar
Um beijo e até semana que vem.