sexta-feira, 6 de março de 2020

Entre contos e crônicas



Foto: acervo pessoal
Leia ao som de Gavin James - "Always"


E de repente tudo "se ajeita".
Faz sentido.
Faz sentir.
Há mais sorriso no rosto.
Mais brilho nos olhos.
Mais cores nos dias da semana.
E nas flores da esquina.
E sem perceber a saudade aperta.
O peito chama.
O coração pede a paz que existe na fala.
Nos passos.
Em cada verso que sai da boca.
E o tempo parece castigar
Com o pensamento longe, longe.
Lá onde o outro está.
Procura-se a voz, as mãos, o cheiro.
E, inevitavelmente, sem fórmula, rótulos, ou padrões,
O amor chega.
Quietinho.
Faz um bem.
E só pede um canto.
Uma rede pra embalar.
E um caderno pra grandes histórias.
De repente é assim.
Os planos ficam claros.
As decisões mais fáceis.
E os sonhos compartilhados.
De repente é assim.
O frio na barriga.
O riso no canto da boca
E uma piscadela pra sorte.
Era isso!
Os olhos fechados em prece agradecem.
O presente.
A dádiva.
O nós dois.
E de repente é assim.
O sonhos nos dá asas e decidimos pular.
Juntos.
E acontece.
No meio de likes e contos.
De fadas e da vida real
Agora, tão tão especial.
Um eu e você.




Curtiram?
Beijos da Berga =)

Foto: Kaule Fotografia





terça-feira, 6 de março de 2018

Síria, eu só queria que você soubesse...

Foto by Google

Leia ao som de Lewis Watson part. Lucy Rose - "Slumber"



Síria,
eu declaro meu amor por você.
Amor,
pois somente minha solidariedade seria pouco à sua terra que chora.
Sangra.
Sente o abandono.
Síria,
eu declaro meu amor por seu povo, seus filhos, que sofrem.
Acredite, nem em imaginação consigo chegar perto do horror da realidade que seus homens, mulheres e pobres crianças estão a viver.
Síria,
eu declaro meu infinito amor por suas crianças.
Gostaria de abraçar uma a uma,
e dizer "isso não é verdade, foi só um pesadelo".
Daqui onde estou é como se eu pudesse ouvi-las gritar por um socorro que nunca chega.
Um choro contínuo,com voz abafada.
Uma dor velada por nós (o mundo inteiro de covardes impotentes).
Neste momento, choramos por vocês.
Pequenos oprimidos.
de coração e vida partidos.
Casas e famílias destruídas.
Neste momento, nossa impotência nos massacra.
Mas nada que chegue perto ao que a violência faz com vocês,
todos os dias.
a todo momento.
Síria,
eu declaro aqui a minha vergonha,
por não conseguir te enxergar,
por não conseguir te abraçar, proteger ou socorrer.
Declaro minha vergonha por não carregar seus filhos nos braços,
não curar suas feridas,
ou sanar suas dores.
Pequenos sírios,
queira Deus que um dia vocês nos perdoem,
por termos sido um mundo ruim para vocês.
Um mundo que não soube respeitar sua escola,
seu parquinho, sua casa.
Sorrisos hoje choram, implorando por socorro...
Aquele que nem eu, nem você, leitor, podemos oferecer.
E isso, infelizmente, faz de nós parte desse mundo terrível.
Pense,
E se fossemos nós?
E se fossem nossas crianças?
Filhos, sobrinhos, afilhados...
E se fossem nossas casas, famílias, hospitais?
A quem pediríamos socorro?
Para quem nos voltaríamos a implorar misericórdia?
Tente apenas imaginar,
pois jamais saberemos.
Jamais sentiremos a dor que eles, desde muito novinhos, já sentem.
Exaustos.
com olhinhos chorosos a pedir um colo,
ainda esperançosos?
Apenas a pedir que alguém deixe a luz do corredor acesa,
Para que possam descansar,
dormir sem medo,
em paz.
...
Síria,
eu apenas declaro meu amor por você.


Berga
P.S.: (esse texto não possui nenhuma conexão política)

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Retrato da vida

Foto acervo pessoal

Leia ao som de Florida Georgia Line "God, Your Mama and Me"




No radinho antigo, à pilha, toca uma velha moda de viola.
A moda fala de amores antigos, de tempos vividos, de um tempo passado.
Aquele, que não volta mais...
E que todo mundo sabe que foi bom.
A moda fala da bela prenda do Rio Grande, que ficou na janela a esperar.
Fala das belezas sorridentes do Paraná. E pede proteção da mãe.
A moda acompanha a solidão daquele que já viveu um tanto,
E aguarda o que a vida ainda tem pela frente.
Acompanha as histórias, muitas e muitas que se pode contar.
A viola acompanha os olhos calejados, que falam no silêncio de um dia de sol.
O radinho ligado na AM pede licença para declarar sua poesia.
Para ele que ouve sozinho os versos floridos que se esvairiam no vento daquela tarde.
Ele ouve.
Sente
Vê.
O tempo.
Vê-se transformado no retrato que fez de si.
De tudo que viveu e passou.
E saudade.
E estilo.
E amores.
E saudade que a gente vê nos traços que ali ficaram.
Traços que ainda sorriem quando peço para tirar-lhe um retrato.
Ao lado do seu velho amigo, companheiro de vida.
De segredos e caminhos.
É domingo e o rádio toca as histórias que um dia seus olhos contaram.
Hoje é só ele.
Aliás, "só", não.
É ele, seu cão, o radinho, a velha moda em poesia e a história de saudade.
Saudade de quem, um dia, já viveu bons tempos que não se pensava em solidão.
Hoje, parece que o tempo parou para ele viver no tempo do seu radinho.
Com sua moda, suas cores e seus sonhos perdidos de tanto sonhar.
Por hoje, isso é tudo.
Da sua história, mais um capítulo.



Berga =)

P.s.: sugestão de trilha sonora é do meu amigo Teddy. Show, né?




sexta-feira, 17 de março de 2017

Apenas um conselho



Foto by Google

Leia ao som de Bruno Mars "Just the way you are"


Ame-se!
O quanto puder,
E o quanto quiser.
Ame-se na primavera.
E no inverno.
Ame-se no Carnaval.
Ame-se de frente e costas para o espelho.
De janeiro a janeiro.
Ame-se, pois faz bem à pele.
Você entendeu...
Ame-se, pois faz bem à alma,
Coisa que psicólogo algum poderá fazer por você.
Aliás, ame-se por suas dúvidas, manias, medos e paranoias,
Elas fazem de você um alguém muito melhor do que imaginas.
Respire.
Inspire.
Ame-se e pire!
Pire mesmo. Por que não?
Nesse mundo chato, isso pode ser uma excelente válvula de escape.
Não seja de ferro!
Quem disse que você não pode fracassar?
Quer saber um segredo?
O fracasso pode ser a maior alavanca da sua vida.
Viva-o!
Ame-o!
Dê uma sacudida na vida e volte pro mundo.
Para transformá-lo...
Ame cada mudança,
Cada instante.
Ame o hoje. Que tal?
Ame lugares,
Aromas,
Pessoas,
Sotaques,
Olhos, pele, o seu respirar.
Ame-se do nascer ao pôr-do-sol.
Cada minutinho.
E perceba como é pouco.
Dizem que se conselho fosse bom a gente venderia, né?
Então, aproveite meu dia de "free pass",
E siga um único conselho:
"Ame-se por inteiro".
Pois, assim como a flor, todos temos pétalas e espinhos,
Mas completos exalamos beleza,
E representamos o amor.
Por isso,
Escreva tua história no vento.
Sem pressa ou julgamentos.
E ame-se!
Ame-se.
Ame-se.
Até o mundo acabar.



Berga :)

domingo, 1 de janeiro de 2017

Que seja um verdadeiro Ano Novo

Foto by Pexels
Leia ao som de Katy Perry "Firework"



Em 2017 eu quero tudo pra mim
E não aceito menos que isso
Não aceito sonhos pela metade
Palavras mudas
Ou sentimentos repreendidos.
Eu realmente quero tudo pra mim.
Neste ano eu quero mais brilho nos olhos
Quero espalhar meu sorriso frouxo
Respirar felicidade
E absorver um pouquinho de tudo que me faz melhor.
Aliás, esse ano eu quero que seja melhor do que todos os outros,
em todos os sentidos
Quero esquecer mágoas
Limpar o coração
Fazer uma faxina na "retrospectiva 2016", pois foi pesado...
Eu quero a pureza dos novos momentos.
Quero bons ventos
Caminhos
Destinos
E a alegria de todos os dias
Quero fazer um pedido a várias estrelas cadentes.
Este ano eu farei muito pra ter tudo pra mim.
Como já dizia o poeta: "quero desejar"
Quero versos e verões
Quero brisa leve na selva de pedra ou na beira do mar.
Não importa...
Eu apenas quero realizações
E se a rotina vier? Que vá para aonde nunca deveria ter saído
Neste ano, quero ver o menos ser mais
Quero tornar sonho em realidade
E quero ver as palavras ganharem vida.
Pois, embora nunca tenhamos falado..
Eu já acredito muito em minhas promessas da virada.
Neste ano, eu quero acreditar mais,
Na vida,
nas pessoas
nos pequenos gestos.
Quero acreditar que tudo isso aqui é realmente fantástico.
Não sei se tudo sairá como nos planos,
Não sei se a magia estará presente em cada um dos meus dias
Não sei se a vida caminhará nos trilhos...
Apenas sei é que este ano eu quero tudo pra mim, e não aceito menos que isso.

Bem-vindo, 2017!


Beijo da Berga :)

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Um breve recadinho...

Foto by Pexels

Leia ao som de Loggings and Messina "Danny's Song" 




Hey, garota perdida.
Sai desse 220V,
Desacelera a vida,
E sinta um dia de cada vez.
Vai devagar com o andor.
Segura essa de olhos fechados,
E ganhe tempo, sem precisar de Reniew.
Grava teu nome no vento, menina,
Quem sabe ele te leve pra longe,
Pra perto,
Pra onde você quiser chegar.
Teu signo permite,
Mesmo sem você dar a mínima pra isso.
Pegue seu café, sem açúcar, de cada dia
E sinta o aroma com calma,
Nota por nota.
Faz disso seu mantra.
Tua metáfora.
Tua paz.
Se o mundo é bão como dizem...
É só fazer dele seu.
Não tenha medo, não.
Seu dharma é seu coração
E seu único caminho tem todos os atalhos mapeados.
Agora, abre aquele sorriso pra vida.
Respeite esse líquido que corre por suas veias
Sente o pulsar?
Ele grita silenciosamente seu nome.
É guria, tudo é rápido mesmo.
Passageiro.
Em letras bem pequeninas...
Mas é daí que vem a graça.
Você nunca saberá a hora certa do xeque-mate,
Até se tornar rei/rainha de cada nascer-do-sol.
Vai, pequena gigante.
O filme da sua coragem está em cartaz.
Prometa que vai assistir todos os dias,
Quem sabe você não descobre o melhor de ti por seus próprios olhos.
Sem pressa,
Sem dilemas,
Sem medo.
Afinal, você tem asas para pular penhascos e voar.


Beijos, Berga!

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Simplesmente de repente...

Foto by Pexels

Leia ao som de Christina Perri "A Thousand Years" 




E de repente ela chega...
Sem timidez ou anúncio,
Chega e diz que vai ficar.
Não vem quietinha, ou nas pontas dos pés,
Ela vem escancarando a porta da vida.
Com todas as letras, ela berra:
"Não irei embora, porra!"
Da forma mais doce que se pode imaginar.
De repente já estamos em suas mãos,
Nós e todas as nossas preces,
Nossa fé,
Nosso "eu sempre acreditei".
De repente  ela traz de volta o brilho,
Dos velhos olhos cansados,
Que tanto esperaram...
Ela traz o sorriso de um lado a outro do rosto,
Desses que demoram horas pra ir embora.
Ela traz uma porção de histórias pra contar.
De repente ela toma conta,
Toma nota,
Sem tomar tento.
É ela e toda imensidão do universo.
De repente a vemos nos brilhos das estrelas,
Ou daqueles olhos castanhos,
Que tanto a tiveram em desejo.
De repente ela é poesia,
É a beleza da melodia,
É gol no Maraca.
De repente ela é o abraço apertado,
por todos os dedos teus.
De repente ela fez passar o medo,
O mês de agosto,
À seu gosto,
Com notas de um sorriso tão particular.
De repente não se sabe nada a seu respeito.
Só que és maravilhosa.
Razão do pensar,
Reflexo do sorrir.
Suave como tatuagem ao encanto do vento.
Ela, toda ela.
Que de repente traz calma.
Suspende a falta,
E a alma cala,
Pra que ela simplesmente venha,
Instalar-se à beira da janela.
De repente ela, toda esnobada, vem com maestria se divertir,
Sem custas,
Sem medos,
A partir daqui...
De repente, feito conto de fadas, ela chega.
Foi convidada.
Ela chega sem rodeios,
Encara e diz:
"Prazer, Felicidade."


Berga :)

terça-feira, 8 de março de 2016

Somos todas elas


Foto acervo pessoal
Leia ao som de Lera Lynn "Standing on The Moon" 




Mulher,
Que falar da beleza que há em ti?
Que da virgem trouxe a graça,
E de Eva todo o pecado.
Você que foi Capitu, Úrsula, Clarice.
Que Já foi Elis, Marília, Kate.
E tantas outras e outras...
Foi e é o que bem quer.
Se discuto com seu olhar, perco meus argumentos,
Tens sempre a razão em proporções devastadoras.
Mulher,
Que tens para receber a fama de rainha?
De dama, a dona do jogo.
Simples,
Você dá as cartas aqui ou em qualquer lugar.
É o trunfo a ser conquistado.
A dama de paus.
Mulher,
Que em sua plena loucura é toda sanidade.
É conexão, o futuro,
É história... Que fizeste com seu primeiro sutiã queimado,
Com seu salto alto,
E seu batom vermelho.
Mulher,
Você é música, é vida.
É saudade.
Poesia à luz da madrugada.
Quando é bem-me-quer,
Desmancha-se em flor,
Apenas por um raio de sol.
Mulher,
Faz do seu sorriso tua maior dádiva.
Do seu coração, um oceano de segredos.
Do seus olhos, perdição.
E de ti, o livre arbítrio do mundo.


8 de março, Dia Internacional da Mulher.
Parabéns e um beijo a todas vocês.

Berga :)




domingo, 31 de janeiro de 2016

Fica?

Foto by Google
Leia ao som de Paloma Faith "Only Love Can Hurt Like This" 




Se eu te pedir, você fica?
Só mais um pouquinho...
Volte lá do começo pra me fazer feliz.
De verdade...
Se você for, acredite, o amanhã vai ser diferente.
Será meu inferno astral.
Te juro,
É o que dizem os astros.
Se eu te pedir pra não ser o amanhã,
Uma promessa,
O futuro,
Você fica?
Fique hoje...
Fique bem.
Fique comigo.
A gente ainda pode contar algumas histórias em duas horas.
Ou olhar fotos de outros tempos.
Pesquisar passagens, hotéis e destinos.
O seu eu já conheço.
Confesso,
Desde de sempre...
Mas e se eu pedir com jeitinho?
Fica, vai?
Ainda temos bons filmes,
Vinhos,
Lírios e livros,
E eu não posso deixar pra depois.
Então, fique...
Pra gente,
Pra mim.
Pra nossas horas e horas,
Nossos 31 dias de desencontros certeiros.
E certeiros perfeitos encontros.
Aqui, ou ali, você ainda sorri pra mim,
Pra minhas contas no canto da cômoda
Pra nossa farra sem medida,
Pro meu cabelo, desse jeito.
E esse é meu último apelo...
Fique janeiro, não te quero pra outros carnavais.


Beijo da Berga :)

sexta-feira, 22 de maio de 2015

O paradoxo no grande vazio

Foto by William Hoshiguti
Leia ao som de Florence and The Machine "Never let me go"



Pois e agora Zé?
Para uns a festa acabou.
O dia terminou,
Mas você continua aí...
Olhar inquieto.
Sem nada pra contar.
Pensando no rumo da vida...
Sofrida,
Que o tempo fez.
Eu sei, Zé,
São as lembranças...
Uma tal de saudade que chega de mansinho.
Quietinha, quietinha 
e fica!
Fazendo companhia pra esse coração que anda meio só.
E como dizia o Chico, 
ele gostava daqui,
Lembra?
Como dizia... "Saudade é a linha que costura o coração".
Chico poeta,
homem da rua,
homem de palavra.
Sabe, Zé, gosto de lugares que contam histórias.
Pode lembrar?
de todas as prosas,
brindes, sorrisos e amores daqui?
Que deixamos aqui, 
para viver o destino
E lembrar... 
No futuro que chegou.
Eu sei que hoje a mesa parece vazia,
a solidão cortando feito vento de inverno
e a vida cheia de interrogações,
mas as páginas dos diários estão cheias, Zé.
Elas cantam, sorriem e desatam nós.
Páginas de paixões mal resolvidas,
de segredos explícitos
E de uma lista telefônica indo até Z.
Porém, o tempo desvia caminhos,
desfaz meios sonhos,
faz da descrença a fé
e leva o homem à lua.
Então hoje, Zé, ainda é tempo de pedir uma ao amigo garçom.
Pra brindar o viver,
o abrir dos olhos,
as idas e vindas.
E todas as lembranças que guardamos de outros verões.
Hoje brindemos o tempo,
que foi e virá
A esperança, o respirar.
Brindemos calados, 
sozinhos,
à beira do velho calendário.
Que ainda marca os dias como estrelas bordadas no céu.


Beijos da Berga ;)